Um dos maiores e mais comuns desafios dos relacionamentos é realmente saber se podemos confiar no outro ou não.
No entanto o que nos leva verdadeiramente a sermos desconfiados num relacionamento?
O que não nos permite entregarmo-nos, revelarmo-nos e expormo-nos mais ao outro?
Normalmente o medo de ser magoado por rejeição, abandono, traição e humilhação são as razões principais.
Porém, todos nós já passamos por isso ou pelo menos por um ou dois desses medos…contudo, a questão aqui é; após isso, o que podemos fazer para voltar a confiar?
Como podemos nos permitir a amar e sermos amados, a expor a nossa fragilidade e feridas emocionais, ou mesmo criar intimidade, sem voltar a abrir feridas ou mesmo a criar novas?
Esta é uma dúvida e questão que temos que ter em mente que nunca terá uma resposta prazerosa, fácil e simples, pois evitar totalmente o sofrimento nunca será possível.
No entanto se soubermos a essência e função dos relacionamentos ,será mais fácil dar esse passo dando assim um norte mais profundo ao amor a dois.
Através da minha experiência de vida, como também através da minha experiência profissional em consultas de casais e não só, observei e constatei que a função das relações a dois é ajudar-nos a perceber quem realmente queremos ser num relacionamento, como também ajudar-nos a crescer e a evoluir como alma.
Consequentemente também consciencializei que não há “receitas prontas” para todos, pois cada relação é um caso, uma história e um percurso único, tendo com pano de fundo, fatores que podem dificultar o desenvolvimento da motivação e da coragem para largar o passado e voltar a acreditar no amor!
Normalmente estes fatores são:
– A existência dos diferentes níveis de consciência de cada um;
– Os graus variáveis de profundidade das feridas de cada um;
– O karma e caminho de vida de cada um.
Contudo eu acredito que existem possíveis sugestões gerais de orientação, que nos podem ajudar a todos.
1º Desenvolver uma boa autoestima, respeitar-se, valorizar-se e amar-se incondicionalmente;
2º Comunicar sempre o que gosta e não gosta como também o que realmente precisa e sente em cada momento;
3º Definir os seus princípios de vida, (os comportamentos e atitudes que irão orientar a sua vida de casal) tendo como exemplo:
a) “Decido ser sempre genuíno nas minhas relações, mostrando sempre a minha luz e sombra”;
b) “irei sempre respeitar-me em primeiro lugar antes do outro,” etc.
4º Criar e ter a sua própria vida, não por a total felicidade nas “mãos“ da relação;
5º Ser sincero e íntegro nas suas intenções e desejos na relação.
Se estes pilares estiveram fortes nos seus relacionamentos, poderá evitar situações como :
– Co- dependência emocional e material;
– Relações dúbias e pouco claras;
– Dificuldade em ter e manter relações longas e profundas;
– Relações superficiais e de interesse.
No meu entender e vivência, se seguirmos estes 5 passos com profundidade e uma constante vigilância, a confiança no outro e na vida, poderá voltar novamente e as coisas poderão melhorar muito.
Experimente, teste e observe o que surge e verá as suas relações começarem a florescer e a se fortificar!
Grata e bem haja,
Filipa Andersen