Do amor ao poder, para o poder do Amor
Quando lidamos com aspectos tensos e desafiadores de Plutão Vénus (como oposições e quadraturas), deparamo-nos com desafios verdadeiramente profundos relativamente ao modo de relacionar, valorizar e amar…
Vénus é o planeta que representa em nós a energia e a vibração da harmonia, do equilíbrio, da beleza, da paz e serenidade através de dois filtros, Touro e Balança.
Esta energia quando expressa através de Touro relembra-nos a importância de valorizar tudo o que possuímos ao nível material e terreno começando pela nossa mãe terra e corpo físico, como também através do uso apropriado dos nossos 5 sentidos, capacidades e recursos materiais, para poder usufruir com mais prazer a vida terrena e material, criando assim mais estabilidade, segurança e paz.
No entanto quando expressa através de Balança convida-nos a tomar consciência da importância de valorizarmos o relacionamento com o outro e com a vida, através da prática da partilha, do equilíbrio entre o dar e receber, da cooperação e da diplomacia, da justiça e da negociação entre pares para um encontro de maior conciliação e paz, como também da delicadeza, doçura, harmonia, beleza e estética a todos os níveis.
Sintetizando, a verdadeira intenção do planeta Vénus é ajudar-nos a vivenciar o amor dentro e fora de nós, é relembrar-nos que o amor valoriza, respeita, cuida, agradece, harmoniza e embeleza, como também é um resultado de uma perfeita satisfação e prazer de tudo o que amamos desfrutar e ter.
No entanto Plutão, sendo o planeta regente do Escorpião, tem como intenção através da sua energia e vibração, recordar-nos da importância de focarmo-nos no essencial da vida por detrás do mundo das formas, (sejam estas relações, projectos, ideias, carreiras, filosofias de vida, bens materiais, etc) e de percebermos com isto o poder dos nossos desejos e ambições, como energias poderosas e magnéticas na criação de vivencias e experiências emocionais profundamente desgastantes, intensas e transformadoras.
Para além desta intenção, plutão relembra-nos também que existe em nós um grande poder de regeneração que se o escolhermos usar, poderemos transmutar medos em forças e consciencializarmo-nos cada vez mais de que os fins são só o início de algo novo como também o que “morre” são as formas e não a energia dentro e por detrás destas formas, essencialmente no mundo dos nosso apegos emocionais.
Com a tomada de consciência deste facto, iniciamos a aprender verdadeiramente e a ganhar quando permitimos verdadeiramente largar e perder…
Com isto, quando alguém tem um aspecto desafiador de Plutão Vénus seja este ao nível interno (quadratura) ou externo (oposição), expressa uma tremenda dificuldade em relacionar, valorizar e respeitar o que realmente é importante para si ou para o outro num modo equilibrado e sustentável.
Há uma profunda dificuldade em dar o devido valor aos seus recursos, bens e valores e consequentemente aos do outro. Haverá uma tendência de viver nos extremos e em integrar vários pólos tais como a paixão com o amor, a expressão do afecto e sensualidade com a sexualidade, a doçura com o desejo, o desejo com a indiferença, a gestão do “timing” certo de quando se deve entregar profundamente e quando se deve desapegar e largar definitivamente…
Através de grandes crises emocionais iremos perceber que quando estamos a “amar o outro em excesso” em prol de uma sobrevivência emocional consequente de uma negação do nosso próprio valor e poder pessoal, caímos numa profunda co – dependência relacional.
Devido ao desconhecimento e desrespeito dos nossos próprios limites e tudo aquilo que verdadeiramente traz-nos segurança, serenidade e centro, começamos a cair numa prostituição desmedida ao vendermo-nos e anularmo-nos perante os valores e desejos do outro, em prol de sentirmo-nos mais “saciados”, nutridos e valorizados. No entanto esta submissão vai criar um pacto de “se eu sacrifico e violo os meus próprios limites, tu também tens que o fazer ”. Com isto inicia-se uma relação de co-depêndencia de troca de favores para uma sobrevivência emocional.
O relacionamento torna-se numa relação obsessiva, cega, intensa, ansiosa e de uma profunda ligação e dependência sexual. Consequentemente nasce uma grande desconfiança nos nossos relacionamentos que nos fazem “encarnar” atitudes de profunda manipulação, vingança, chantagem emocional, violação e destruição dos valores e amor tanto do outro como de nós próprios…
O pavor de desintegrarmo-nos e morrermos na ruptura de uma relação, devolve-nos um espelho de uma profunda falta de auto-estima e insegurança em nós…confrontando-nos com um vazio imenso de amor e valor próprio através de uma dor e sofrimento devastadores…
No entanto como nada no universo é um acaso, o propósito destes aspectos é exactamente ajudar-nos a tomar consciência desse vazio e dessa profunda carência incitando-nos a reconhecer o nosso valor e importância como ser humano, de amar e ser amado, através de grandes crises e perdas. Estas fases profundamente cruciais, irão empurrar-nos a respeitarmo-nos e a valorizarmos mais o que realmente é importante para nós numa relação como também de conhecermos bem os nosso limites exigindo assim um respeito mutuo para ambas as partes. Por fim e com o uso apropriado do nosso poder pessoal de transformação, renasce uma nova consciência do amor em nós fazendo-nos compreender que a ”forma” pode morrer (seja esta uma pessoa ou um modo de relacionar)que eu não sairei do meu centro.
Com um novo renascimento de valor e amor próprio, poderemos criar e magnetizar outra forma mais sustentável e equilibrada, podendo assim usar o poder do amor para vivermos de um modo mais profundo, leal e de uma total entrega e fusão a vários níveis na nossa relação. Assim permitimo-nos a transformarmo-nos e a elevarmo-nos através da renovação constante de valores e desejos já pouco funcionais através dos nossos relacionamentos.
Filipa Andersen
Astróloga e Coach – Espiritual
“Viver a espiritualidade na prática!”
Filipa Andersen,